Numa grande fábrica, um
operário, Carlitos, desempenha o trabalho repetitivo de apertar parafusos. De tanto repetir essa atividade, ele tem
problemas de stress e, estafado, perde a razão de tal forma que pensa que deve
apertar tudo o que se parece com parafusos, como os botões de uma blusa, por
exemplo. Ele é despedido e , logo em
seguida, internado em um hospital. Após
algum tempo, sai de lá recuperado, mas com a eterna ameaça de estafa que a vida
moderna impõe: a correria diária, a poluição sonora, as confusões entre as
pessoas, os congestionamentos, as multidões nas ruas, o desemprego, a fome, a
miséria...
Nesse momento, surge uma
garota do cais que se recusa a passar fome.
A jovem, vivendo na miséria, tem de roubar alimentos para comer, pois,
além disso, mora com as suas duas irmãs menores, seu pai está desempregado e as
três são órfãs de mãe. O pai morre
durante uma manifestação de desempregados e as duas pequenas são internadas em
um orfanato. A moça foge e volta a
roubar comida. Numa de suas investidas,
ela conhece o operário. Depois de roubar
o pão de uma senhora, a polícia vai prendê-la e o operário assume a autoria do
assalto. A polícia o prende , mas o
solta em seguida após descobrir o engano.
Quando vê a moça sendo presa, o operário arma um esquema para ser preso
também: rouba comida em um restaurante.
São colocados no mesmo camburão e, durante um acidente com o carro, os
dois fogem e vão morar juntos.
O operário, nosso querido
Carlitos, procura emprego e consegue um como segurança em uma loja de
departamentos. Logo é despedido por não
ter conseguido evitar um assalto e por dormir no serviço. No entanto, consegue emprego numa outra
fábrica, consertando máquinas. Durante
uma greve na fábrica, Carlitos é preso mais uma vez, agora por "desacato à
autoridade policial". Alguns dias
depois, ele é liberado e a jovem o espera na saída da prisão para levá-lo à
nova casa – um barraco de madeira perto de um lago. A jovem consegue, então, emprego em um café
como dançarina e arruma outro para Carlitos, só que como garçom/cantor. Os dois são um sucesso, principalmente
Carlitos que, durante uma improvisação de uma música, arranca milhares de
aplausos dos presentes no Café.
Para estragar a festa, no
entanto, surge novamente a polícia, desta vez com uma caderneta com os dados da
moça e uma ordem para prender a jovem num orfanato. Carlitos e a moça fogem e terão de começar
tudo novamente...
"Tempos
Modernos" é mais uma obra-prima de Chaplin. Embora o filme tenha o 'status' de uma das
maiores comédias de todos os tempos, não se pode ignorar o seu imenso conteúdo
político. Chaplin realiza uma preciosa e
inteligente sátira às técnicas modernas, usadas pela sociedade industrial, onde
as máquinas substituem a mão-de-obra e os operários são marginalizados.
O filme apresenta
momentos deliciosos, com verdadeiras cenas antológicas como, por exemplo: a
cena em que Carlitos anda de patins numa loja de departamentos; ou na qual ele
é confundido com um grevista; ou, ainda, a cena em que ele canta e dança num
cabaré.
Além da direção, Chaplin
é responsável pela produção, pelo roteiro e pela música original, o que faz com
sua costumeira habilidade. O filme
apresenta, ainda, uma bela fotografia e interpretações marcantes, com destaques
para Chaplin e para a bela Paulette Goddard, na época sua esposa na vida
real. Gloria DeHaven, que faz o papel da
irmã de Paulette, tinha apenas 11 anos de idade quando da realização do filme.
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